quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A MADRUGADA, LAETITIA E EU

Madrugada estranha essa
quente e corrente
como o sangue que se derrama no chão
de quem acaba de morrer.
Eu estou tão vivo quanto uma pedra de gelo
eu estou tão dançante quanto um perdiz empalhado.
Eu sonho um sonho nunca antes sonhado
quando fui ver era vida- estranho!
Ela logo, tão em silêncio.
Como é amarga a solidão de alguém que vive a mais formal reclusão
os sentimentos são uma areia moverdiça...
As sombras que invadem meu pensamento
Rechaçam o velho encanto, tão solitário e triste
Que maquilava a verdade(Dura como pedra)
Em seu rosto belo e formoso.
Esqueça os meus sonhos
Eles se transformaram em minha perdição
Nessa madrugada quente e corrente
Onde os grilhões me prendem às lembranças
E amarram-me ao fracasso
Disfarce ao menos um sorriso
E não me olhe tão feroz
Guarde essa fera que existe em ti
Para ti mesma.
Por que cultivar essa loucura
Se o que você queria (era)
A vida normal de um mundo feliz?
A vida que tens é esta
obscura e delirante
carcereira de seus sonhos
e desejosa porta que abre pros seus medos você -
tão doce e pura - converteu-se
em minha salina
dilacerando meu peito
fazendo ruínas dos castelos que edifiquei em seu olhos
transformando o amor-alarde em um ódio silencioso.
Então vá e feche teus olhos
adormeça nessa noite eterna
Que vou jogar a pá de cal em nossos momentos.

(Raphael Lambach/R.Braga Herculano)

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