quarta-feira, 17 de outubro de 2007

AGRIDOCE

Dura, agridoce, a vida sempre tem bons e maus momentos. Mas não vou me entregar para me esfarelar no meio do nada não.Aqui é o campo de guerra. Vou ter de guerrear. Tenho armas, palavras e atitudes. Sou de paz, mas pra conseguir vencer, terei de guerrear.Esperança nunca se finda. Se tem fim, não é esperança.Devo dizer que sou alguém comum, tão igual a todos, ora... Ora quebro conceitos, ora me calo.Solitário? Graças a Deus nem sempre.Injustamente o destino, eterno zombador, me roubou e ainda riu de mim. Mas não importa. Quem rirá dele um dia serei eu.Agora é o dia, minha vida, tudo se resume a agora. Pois subitamente o mundo pode parar antes de mim e vice-versa.E lá se vai mais um de tantos sóis.Vou ficar por aqui. Ficar? Como assim?Gente demais eu vejo por todo canto.Parecem desolados, como eu era há algum tempo, agora pouco.De onde vem? A quem pertence essa gente?Agora é o meu tempo, que farei?Devo fazer algo. Sonhar o futuro, agir o bastante? Ou viver olhando pra trás?Vou ficar por aqui. Ficar? Como assim?Realmente o ontem e o hoje fazem uma enorme diferença. A vida é uma viagem, uma ciranda pot-pourrizada de oscilações, no qual todos que participam dela cantam, choram, brincam, dançam, rodam. A vida é retrógrada e progressiva, É bela e amarga. A vida é antônima. Somos sapiens sapiens, mas ao mesmo tempo, irracionalmente leigos. Não conhecemos os mistérios. O que importa são os mistérios e ninguém aqui na Terra os conhece. Estranho. É morrendo que se vive para a vida eterna. Parece paradoxal, mas é verdade. A vida é o que afinal?

Bem, eu já não estou mais nem aí para nada. Posso até gostar de hoje pois é o único dia que tenho. Se ficar na mesma, corro o risco de sempre ser esse mesmo aqui. Se me aprofundar, me afogo, fico louco, aí é pior. Mas nada como um dia após o outro. Para estar certo disso, é necessário viver cada dia sem ter a paranóia do tempo na mente.Reergue então um novo sol, um novo dia é estendido. Sou o mesmo, mas sei de muito mais coisas do que ontem. E não chego nem aos pés de um possível eu de amanhã, que certamente terá muito mais o que rir e chorar, que lutar, que vencer, que se sentir perdedor,que aprender, que obterá novas cicatrizes e ainda assim vai conseguir dizer sempre que sempre foi e é feliz, porque Deus é Maravilhoso. Um novo mundo me espera nesse mesmo aqui. Um novo homem eu sou sem mudar a minha identidade, pois a cada dia que passa eu morro e nasço, me torno alguém diferente em mim, embora a minha marca persiste em ficar. E aminha marca fica. Ainda bem.Posso até me sentir triste, mas a infelicidade não é a minha dona. Eu não tenho donos. Os filhos de Deus são livres. Livres para amar tudo aquilo que de bom para nós. Eu penso assim.

R.Braga Herculano.

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