domingo, 22 de abril de 2012

Ainda Sem Título

Numa sintética verdade
inserida
num sonho
caminho
com os que já
desapareceram...

sábado, 21 de abril de 2012

QUANDO VOCÊ ESCREVE COISAS CONFUSAS:

Você está apenas se divertindo com as palavras
Ou você está desesperadamente já sem saber como pensa e ainda pensa para seu desespero,
Ou ainda então você quer ser cult e não é cult, é apenas um confuso.

R.Braga Herculano.

APENAS MAIS UM POEMA NO QUAL NÃO TIVE IDEIA DE POR UM TÍTULO

I (Quase em off em algum sonho perdido, penso)

Já são trevas. Busco o tal
Reflexo das palavras:

Parafraseando Braga: Parafraseando Braga.
Silêncio.

II (De um dia para o outro)

Agora tudo é morte. Agora é tudo vida.
Lá fora eu sou da paz. A guerra me espera.
A Bíblia me decora. O cigarro me devora.
As armas me encaram. As caras me indiferem.

Rua ali. Eu no meio do nada.
Na beira da beira da rua.
Na madrugada sem boca.
A lua esmalta os dentes dos vilões das cidades
inescrupulosamente sorriem
o fim dele é o seu troféu
o seu fim é o troféu do demônio
o fim do demônio...

III (Aquele dia morre)

Acorda estrela teimosa
Estenda a luz para o céu entender que é de manhã já.
O galo já pede por isso.
As lavadeiras do rio, na roça, já pedem por isso.
Os homens de cinza também.
As velhinhas que caminham na praia também.
Só eu que não. foda-se.





R.Braga Herculano.

domingo, 15 de abril de 2012

Ainda Sem Título

Perdeu o pavor de cadáveres,
mas ao mesmo tempo
perdeu o amor pelos vivos.

E assim segue a analisar
minuciosamente o mundo
com uma serra-elétrica na destra
e uma bisturi na canhota.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

Os anjos fumam gente
todos os dias...
Creio que uns trinta maços.

Calculei por alto,
me baseando
com os desaparecimentos
que tenho presenciado...

R.Braga Herculano.

META

Misto à crença na ação do tempo,
vou seguir
sonhando algum futuro
para depois acordar
e trabalhar
para o concretizar deste.
Assim,
passo o tempo esquecido
do ponto final.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

É preciso se apossar da razão,
antes que esta entre em decomposição.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

Quem guardava a minha sombra
que cambaleava ao tropeçar em meus próprios pés
era um 'deustempo',

que apesar de sua espécie,
andava um pouco descompassado,
mas isto não vem ao caso.

Então,
este me viu (que não o via),
jogou saliva em minha vista
e entendi que era ácido,

até mesmo porque
logo depois o vi,
no início da via parado,
via esta que completo ao quase.
E segui rumo ainda
assim como quem não está convencido
de alguma mudança.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

O orador da vida
não tem falado
no capítulo 26.

Prefiro acreditar
que está apenas afônico
e não mudo

R.Braga Herculano.

QUAL HOMO?

Os primeiros homens da Terra matavam pra caralho.
Os homens atuais matam pra caralho.

Pois então,
evoluir consiste apenas
em ficar com o corpo careca
e andar esticado.

R.Braga Herculano.

terça-feira, 10 de abril de 2012

N'OUTRA CAMADA

Numa questão formada pela imagem
O que vejo são os reflexos de teus olhos
refletindo os meus que andam opacos
que andam buscando o longe
escavando a massa plúmbea pelo ar
almejando um banho de estrelas
e tê-las
nos átrios da mente...

Depois

Não mais encarcerado por coisas além
norteio-me e agora trilho
no primeiro brilho que consigo captar
é para lá que devo seguir.

Se certo ou não
a vida é um experimento...


R.Braga Herculano

sexta-feira, 6 de abril de 2012

NA ARTE DE REDUNDAR

Malabarismos...

Os limões
trocam de mãos
que trocam de limões.


R.Braga Herculano.

(Ainda Sem Título)

Vitória
da memória
é esquecer
a escória
e lembrar
a toda hora
o que dá sentido
à trajetória!

(Thiago da Costa)




E ainda por cima
há uma rima
que não finda...

e quando finda
há clima de rima
que prosseguirá
na sua linda estima
de se estender ,

que é para o tudo ver,
que esse mesmo tudo
a se seguir
é o ainda...


com palavras que o tempo nunca lima.


(Rodrigo Braga Herculano)

NÃO-HISTÓRIA MINIMALISTA

Era uma vez que se perdeu.
Portanto, era...

(Aliás: Portanto, era. Sem reticências,por favor!)








R.Braga Herculano.

AÍ EU PERGUNTO:

Por que tem
que por um
"zap" na paz?

R.Braga Herculano.

(Ainda Sem Título)

Se eu te tratar como deusa,
posso me tornar um diabo.

Se eu te encontrar num rascunho
entre meus poemas,
posso me emudecer.

Se eu te ver no espelho,
minha face se evanescerá.

Se eu te ouvir pedindo um pedaço de pão,
vomitarei meu próprio estômago.

Se eu te ver dançar entre as chamas,
minhas cinzas se perderão na lama
e escoarão
até encontrar um abismo pelo esgoto.

Se eu for te dedicar uma canção,
que seja a minha
que está para ser composta;

num amanhã qualquer
além de todas as vertigens e pesadelos
que não me fazem cessar
com o pensamento e a pena.

Mas se eu te dedicar uma canção,
que seja a canção minha
para tua vida
no dia de minha morte
que poderia ser lida
em voz alta como um soneto
de um final não tão feliz

por ser final final
mas ao menos seria
um soneto de um final de paz.


R.Braga Herculano.



(Ainda Sem Título)

Seja feita a nossa vontade
aqui na terra que a gente enterra
nossos irmãos de cada dia
nessa equivocada guerra por motivos vãos
e não necessariamente nossos
banalizados pelo sensacional,

para ser comentado no intervalo do jogo
ou então nos pontos dos ônibus
que fumega na pista a fúria dos passageiros
em cumprir com seus destinos da forma mais vil
num Brasil que sempre insistem em transformar
num coletivo de casos e descasos;

conquistas arranhando os céus
que os braços da massa não podem alcançar...

o que há comigo?

isso nunca foi nenhuma novidade
eu do nada desconheço a cidade
e temo um dos moradores de rua
como quem teme um profeta com uma pseudo-boa-nova;

deitado quase sempre, esplendidamente
sobre um jornal cuja manchete
vibra com assassinatos
e falta de medicamentos.

Gostaria eu de estar isolado
esperando pela vida eterna
ainda assim eu morreria
mas quem sabe atingiria algum nirvana?


R.Braga Herculano