sábado, 24 de janeiro de 2009

NIGHTMARE III

Many slack feet, dancing over North
in this abreviated morn one more new-born
was picked for the benefit of its baby-mom.
So, monkeys are cuttin' her sacrifice.

Thick red join in the floor
strawberry or blood?
Cannot see any movement
in all this battle field.

Fuck all the good masters of "art" to wield!

In the south, birds are flyin'
eating rotten heads of lost and dazed souls
between cannonballs and dark prayers
kick out other legs and shootin' a death goal.

Feel the grass in a lung
and take a flight
if you fall
remember, the road is your place.

The Space smells
rose stars and late friends
I wanna blend
all thingswith my scarry dawn
in my liquidizer...


R.Braga Herculano.

A DEFINIR

etanolírico
lisergometria
calametástase
unbanoncologia
ecologado
electromístico
necrobotânico
psicobélico
anemoxidante
caoticosmeticopolitano
dadaistocrata
opticaudiofonofobia
anticoncepconcreto
anarcopcional
stormetrosupersonico
abstrator
compassorbitante
antropocida
homociclista
cinevertigem
televirgínia
galgogalope
ruminocéfalo
musicoltrânica
literofilia
espaçonódoa
cabeçopor
anticabaça
estereofoda.


R.Braga Herculano.

REPOUSA-TE

Repousa-te em meu frio colo
que te acalantarei nessa madrugada doce e eterna
dissiparei essa angústia que te hiberna
ao acomodar-te em sereno solo.

O futuro não te amdrontará mais
apaz do Desconhecido alar-te-á
siga os espíritos subindo os espirais
siga sem medo, estarei também lá.

A dar adeus a esse mundo vil
e aos maus olores de falsa primavera
aos que riem e choram entediando nossas eras
às dores de amor e seu frio febril.

Repousa-te no meu frio colo
olvide o desdém ruidoso dos temporais
e esses amargos salões de infindos velórios
que não te deixarei jamais.


R.Braga Herculano.

0112

Não porestar morfinado
que eu esqueça que não sobreviverei.

Mesmo tomado de lembranças desenterradas
tesourinhos da juventude
ainda assim vivo a dor que há em mim
porém um êxtase pelo breve misto ao lamento do fim - é
a sensação de estar confusamente morto-vivo.

Sinto dores pelas árvores
e amargo agora é o velho perfume dos sândalos.

Invejo formigas
pena serem tão insignificantes
a não chamar a atenção do mundo.

Eu tomo o ombro dos doentes
primeira vez escuto um padre, mas
ungido estou com meu próprio sangue.
É o bastante
para lembrar que aterra é brava
e que dela nunca fugi.

Amarra a noite o meu coração
já sufocado de mim mesmo
e o relógio ainda resiste a tudo
não sei catar palavras para o agora, não mais.

Estou completamente só dentre os vivos
mas os mortos não escutam meu desabafo
eu queria chorar, mas agora é impossível
ou um tanto vão.

R.Braga Herculano.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

UMA DADAÍSTA DE GADO

pegue vinte vacas
pegue vinte bois
dê nome a eles e elas
dê um pasto a todos
e depois mande-os todos se foderem.

R.Braga Herculano.

sábado, 17 de janeiro de 2009

TARDEZINHA

A velha cigarra canta
sem pedirmos para ela cantar.

Mas quando pára,
que saudades!

R.Braga Herculano.

PRIMAL

Você grita o fim de sua dor inventada
é como um calor de exclusão aos seus desesperos.

Ou clamor de "liberdade"
pode ser que zeraram a ponto de não mais ter
alma, ouvidos e língua.

E se for daqui para a frente?

Ah, e esses olhinhos seus impregnados de uma certa nulidade
estão tolos como duas gudes sem dedos tecantes
ah, esses seus olhinhos tem hora que trêmulos
ora compulsivos, ora ansiosos
pela rigidez cadavérica do correr pro futuro...

R.Braga Herculano.

QUANTO AO CORAÇÃO DA CIDADE...

ecos secos ecos secos
secos ecos seocs ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos seocs ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos seocs ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos seocs ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos secos ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos secos ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos secos ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos secos ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos secos ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos secos ecos
ecos secos ecos secos
secos ecos secos ecos

(por falta de espaço foram extraídas 128 repetições)

R.Braga Herculano.

FUNABEM 1978

Atrás das grades
das catástrofes
você foi força
você foi ferro
você foi fera
agora não é mais nada.
Engoliu terra e transpirou cinzas
de corpo, alma e papéis.
Vítima desestatistizada - porque a partir de agora você nunca existiu.

Você garoto
nasceu para ser peça integrante
do ex-futuro.

R.Braga Herculano.

OFF

Os compassos
contínuos se desencontram e taquicardeiam a máquina.
Olhe o tempo desinflando o planeta.
E o que será que aocnteceu com o futuro (utopia ao menos)?

Emperrante.
Desengrenador.
O ar está cada vez mais oxidante.

E os arranques elétricos dos sonhos só
são suspiros agora.

E enquanto ao chão (ao menos) ?

R.Braga Herculano.

TO A BIRDING HEART

Birding out my way
while mirrors are sea-skies
birding to grow to this world
that swims out space
in the blue-green-neon-wave
out the stars.

And you know my heart.

It is birding, maybe, over Mercury
seeking midnight sun harbour to hide itself.

R.Braga Herculano.

MINHA VIA-LÁCTEA

Mundo carrossel
alegre-triste-alegre-triste
a tempestade nunca pára
ela só se deslocou para quem sabe
a anos-luz daqui, mas regressará.

E no regresso os loucos nunca pasmam
quanto os mortos debruçados na janela
os vivos se soltaram pelo Universo
dormiram hoje em outra galáxia.

Dor,devaneiro, febre, confissões
tantos em meio à noite engolidora de corações
e eu fico aqui

a olhar os espirros de estrelas (de)cadentes.

R.Braga Herculano.

A VIDA É PÉTREA

"A vida é pétrea" - você me diz.
me impregna aos olhos
cemitérios
pois só lá que vivem os anjos
e ainda estes são apenas mármore.

Anjos de olhos duros
destituídos de misericórdia
e os que estão ali inertes
deixam esse "todo" secos, como os tais.

"Os dias têm sido claros, mas tudo é tão mórbido!" - você me diz.
saiba que vivo de esperar
umas outras quinze tempestades, pois.

"A vida é pétrea" - você me diz.
enquanto cai a noite
Essa, por ser pano de fundo
de pessoas parecendo árvores
e árvores não sairão de lá mesmo.

Ao menos que como cruzes
tais as de nossas costas.

R.Braga Herculano.


para Vana, uma amiga minha.

NOTURNO

Todos riem afogados no cálice de querosene
o querosene era o sangue dos maquinistas
mas as máquinas são elétricas
e a eletricidade era o rebento das caldeiras.

Todos presentes na sala de jantar
todos presentes na sala de espera
corpos estão presentes nos frigoríficos
e velas apagadas me soam como varais despidos
que soam como terços sem cruzes.

Na aleatoriedade da madrugada
alguém ao dizer amém faz chover cinzas
e uma criança chora como riffs de guitarra suja.

Alguém golpeia a porta
e o céu engole todos os pássaros negros com falanges nos bicos.
Todos ficam calados.

Todos ficam calados
o da voz de harpa
foi engolido por um daguerreótipo e ficou preso num tempo em traças.

Pilhas de daguerreótipos borboleteam janela afora
graças ao ciclone.
O ciclone cheirava a Freon 12
a geladeira tinha seus compressores estourados.

Corpos estão presentes nos frigoríficos
agora seguem vazando
ao chão rumo às frestas das portas.


R.Braga Herculano.