quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

... E meu refrigerador
parou de funcionar
quando viu
uma latinha de coca-cola zero
com seu nome...


R.Braga Herculano

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ORIGAMIS

você me fez pássaros amarelos, azuis, laranjas...
se você me sorri, não importo que eles sejam mudos.

só que hoje não é aquele dia
e sequer pássaro verde me tocou as pálpebras.

e assim estou triste.
ainda que cercado de tantas cores suas
tantas cores suas que não têm sido também minhas...

R.Braga Herculano.

VERSOS DE UMA QUINTA-FEIRA

num momento em que eu busquei um sentido em meio a todo esse movimento de sempre
te encontrei sentada com uma cara desolada aguardando o metrô da linha 1
eram duas e vinte e cinco da tarde
pleno sol que o underground nunca vê
mas para valer o velho dito  que antes tarde do que nunca, é neste que me apoio
e é assim que vivo estou agora.

R.Braga Herculano.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

PARTE III


Eu era cinza.Estou de óculos.Meu Deus, a grama é verde!
Eu sou do mato.Viola aguçaO que meu coração diz:

Nem quer dizer.
Nem sabe dizer.
Mas vai saber.
Não sou daqui.
Sei se estou.
Já vi que ser
não é pra mim.
Agora vou.
Até porque
de vez em vez
procuro estar.
Rodeio de incógnitas não faz bem não.
Não sou peão.
Não sou pião.
Não sou não...


R.Braga Herculano

terça-feira, 16 de outubro de 2012

FRAGMENTO DA MANHÃ

[Matizes decompondo-se
quando asas coloridas debatem-se
na tentativa de saudar o sol
o mais próximo possível.
E assim ela se torna branca, branda, elástica
dilacerando as nuvens como se fossem algodão doce
mas são algodões doces]
açoite do ar,

língua de um anjo qualquer
que pelos cantos pregam nos postes
os ideiais de um coração que ainda sente florescer
a cota de esperança que é precisa por dia
e a cada dia usa a palavra "amanhã" sem temer
e saboreia o futuro como se fosse de verdade
mas é de verdade...*

(R. Braga Herculano)

NOTA: * fragmento que nunca terminei.

Entre colchetes, escrito em 2011, sem data.

domingo, 30 de setembro de 2012

8:40

Eu me apresso
quando tu te apressas
quando vê que ele apressa
em alcançar a pressa dela
enquanto nós estamos apressados
por ultrapassar a vós que engolistes
a eles
na velocidade de um Charger RT.



(R.Braga Herculano) 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

apresse
apresse na prece
apresse na prece porque
apresse na prece porque o fim
apresse na prece porque o fim está
apresse na prece porque o fim está a pousar
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e você está
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e você está a falar
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e você está a falar só entre paredes
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e você está a falar só entre paredes impunes
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e você está a falar só entre paredes impunes
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e você está a falar só entre paredes
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e você está a falar
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e você está
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua janela e
apresse na prece porque o fim está a pousar na sua
apresse na prece porque o fim está a pousar
apresse na prece porque o fim está
apresse na prece porque o fim
apresse na prece porque
apresse na prece
apresse
 
 
 
R.Braga Herculano

Ainda Sem Título

sempre me venço
e peço revanche

e revancho
e re-venço
e me lanço

contra a lança da inglória
parto-a em duas

agora são dardos secos
no chão sem lançadores
eles morreram

eles eram
demônios plantados
no meio do caminho;

contra os meus pés

torcendo para que
meus tornozelos torcessem
na última curva

que última?

sou vivo até quando o tempo é...
 
 
 
R,Braga Herculano.

ALARME

Des-
voe

não mais se

dis-
traia pois
é

felicidade
sintética
 
 
 
R.Braga Herculano.

PONTO-E-VÍRGULA

quem sabe quanto custa?
se vale quanto pesa?

engula enquanto há pança!

e arrote o mundo
se há mundo

é assim..
 
 
R.Braga Herculano.

sábado, 18 de agosto de 2012

ACHE.

Em bom português, 
já procuro.

But in my more-less English, 

I feel it... deeply.

R.Braga Herculano.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

ANIMAL SENTIMENTAL MODE ON:

Estou quase perguntando 
à mesa de centro da sala 

como que ela faz 
para manter a postura 
de "homem".

R.Braga Herculano.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ainda sem título

Se o final dos tempos
for igual aos finais de mês,
vai ser um pouco melancólico...

R.Braga Herculano. 

O PORTÃO

Eu cheguei em frente ao portão.
Não tenho nenhum cachorro para me receber.
Será mesmo que eu tinha de voltar?

R.Braga Herculano.

TÃO SIMPLES

Para
que não se torne
a sua
causa mortis,

transforme

a sua dor
de amor
numa piada

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

Roendo-me de uma leve angústia
que é pr'eu logo em seguida
me remendar com alguns retalhos de esperança - O tempo contribui.

MEIO-DIA

Evitarei pensar que já é tarde,
até porque neste instante é meio-dia:
a hora certa do dia para saber
se penso negativamente ou positivamente
ao perceber o sol e entender
se ele "castiga"
ou simplesmente brilha violentamente feliz...


R.Braga Herculano.

EU ACHO QUE JÁ É TARDE

Eu acho que já é tarde demais para achar
alguma coisa, agora sei
que deveria saber alguma coisa
para poder achar mas
agora é tarde, eu penso
que não poderia deixar
meu pensamento se envolver
com as coisas que acho mas
agora é tarde
e eu não posso mais pensar,
mas penso
em achar que já é tarde demais
para achar, e acho
que agora sei alguma coisa
mas
eu deveria entender
que não posso envolver meus achismos
com meus pensamentos
obtusos ao meu sentir e sinto
que eu não tenho mais tanto tempo
para ver que nada tenho a ver
com o que eu sabia sobre mim
ou pensava
que eu era
aquele muro
aquela torre
aquele carro blindado.

Eu acho que já é tarde. Eu preciso acordar.


R.Braga Herculano

segunda-feira, 30 de julho de 2012

OIKOS

O céu escurece, clareia,
escurece, clareia...
faz sol, cai chuva,
faz sol, cai chuva,
faz sol, cai chuva...

Terra vira lama,
seca,
vira pó,
molha,
vira lama
e comporta sementes...

sementes se rompem,
plantas desfiam-se,
desenrolam-se,
crescem,
 árvores!

árvores secam anos e
anos e
anos depois..
mas outras são derrubadas.

A terra é sufocada,
por capas e
capas e
capas de concreto ou
de asfalto.

No meio de tudo há pessoas...
que criam
um enredo emaranhado
de progresso e conflitos para
que a vida não seja
só isso que eu disse.

Depois essas pessoas
desaparecem.
Muitas delas
fazem outras

desaparecerem.

Estou aqui,
mas não creio em nada disso
que me envolve...


R.Braga Herculano.

PRIMATARIA

É o homem que não entende
que veio do macaco
e o macaco que não aceita
que seus descendentes serão homens...


R.Braga Herculano.

POIS...

A felicidade não é tão difícil assim de encontrar.
Em todos os antiquários que eu fui a encontrei...

R.Braga Herculano.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

DIA 18

I

WAKE UP

Off the world, but...

II

BARCOS AFUNDAM

Seus pulmões brincam de ser bexiga...

III

À DUAS SENHORAS QUE REZAM

Saiba que meu silêncio é o incompreender.
Mas vos suplico para que supliques por todos que não suplicam
ao senhor do imaginário que estampa o lendário céu de óleo sobre óleo de baleia com crustáceos.

IV

NAQUELA VIA

Alguns são movidos
aos fios que imobilizam
possíveis inimigos: Sim...

Pseudocalmaria:

Desolação
Degolação.

V

DEBAIXO DA PONTE

O mundo foi esquecido pelo estômago do velho
que sacia ainda vivo o sadismo natural de seus bichos...

VI

OUTDOOR

A velocidade dos carros o mata.

VII

DOIS TRILHOS

Antes do amém o sino.
Ordem natural, desordem.
Antes das seis. Assim mesmo.

VIII

EU:

Milhares aqui se olham
e assim se proclamam
mas com certas dúvidas
entendem que estão a mercê
da natureza e do tempo.

IX

NASCE UMA SEMANA NOVA

Um distraído perguntou ao outro:
Que horas são?




X













 





(R.Braga Herculano.)

sábado, 2 de junho de 2012

FETUS '84 MANIFEST

I wanna move my arms

I wanna think to creat my light

I wanna blow my verses outta this field

I wanna draw my own heaven
or swim in dirty chimneys

I wanna chose my gods
to fun in my early years

While you call me "future"
my body will be abstract...

Wanna born tomorrow.
Can you under-stand me?


R.Braga Herculano.

EU ERA CEGO...

eu era cego
mas vi o espelho
que denunciava uma sociedade de cegos
e de pessoas andando como árvores
e árvores deitadas no vazio dos seus corações

a saliva nos meus olhos era ácida
cuspiram na minha cara verde
eu não sabia o que era verde
até entender que eu era diferente
como a estrela mais distante
que morreu por tentar ser o sol

eu já vi deus
e lúcifer, o seu plagiador

eles se parecem comigo
eles estavam envidraçados

e também não viram nada
além do que o universo oferece
os meus olhos tentam devorar e novamente
se estouram

esta galáxia é indeglutível
congestionado morro no breu
por não fartar de tentar ver
o que não posso entender
até entender
que nada disso houve
pelo menos até este meu fim.



R.Braga Herculano.

NECESSITANDO UM HIATO

por um basta nesta folha
deixando de absorver das vírgulas
a inútil vontade de prosseguir na mesma ideia
às vezes com contrapontos adicionados
com a camuflagem da falta de assunto
e o desrespeito ao silêncio.

preparando mais um desses monotemas
na avidez por qualquer coisa e
um pouco de linhas sujas, quiçá

mas eu procuro mesmo
o ponto mais do que justo
para o término.



R.Braga Herculano.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ainda Sem Título

"neste segundo aceso
em plena madrugada
ele sonha
e um projétil diz:
acorda homem e morra!"

(R.Braga Herculano)

O NATURAL

...o que as lentes das câmeras daquele tempo
não captavam com perfeição
era mais perfeito do que agora...

(R.Braga Herculano)

INSTANTE MEIO DO CAMINHO

Meu "quando" não se pintará pelos ares deste panorama
a chuva vai cair em breve e esta sempre ameaça leva-lo pra longe.

Sem mais viver na filosofia do "com-o-se"
Este conceito se expirou no último outono

Desquestionar seria o meu ideal
mas foge do meu natural pegar afirmações prontas

E seguindo sempre desimportando com o voo supersônico do tempo
ou quando o deus deste se distrai estourando ampulhetas.







(R.Braga Herculano)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ainda Sem Título

é cedo
e o ainda
já vai.

e para
pois ser
nunca.

daqui
até o não
mais e

se vai
sempre a
sumir

vagar
longe do
eu mas

sinto
que é por
pouco

tempo
pois nem
final

se tem
a durar e
o até é

o algo
a valer e
o algo

firme
de novo
mente

reluz
tola sim
quiçá

pois é
assim o
viver

R.Braga Herculano

IN THE MIDDLE OF THE WAY...

No more will paint in this air my when
here comes the rain and it will wash all

No more live in the base of with-the-if
this concept was blowed in last fall

To try follow against the "whys" can be an ideal
but answers born in the nothing are breaking the natural

And I'm following;

while time is flying
or popping glass clocks...



(R.Braga Herculano)

Ainda Sem Título

terra
às vezes
pouca.

medo é
do tempo
breve

sonho
fugindo
mosca

céu se
mancha e
fecha

olhos na
parede a
ver se

tal tá
a contar
a vida

que se
futuro é
real e

se bem
esperar
dá sim

mas no
entanto
que te

dou no
escrito
é o fim

ao meu
agora cá
se tem.



(R.Braga Herculano)

terça-feira, 22 de maio de 2012

PODE SER PARA MIM TAMBÉM...

À volta, lama
por todo o tempo
no meio do mundo.

Corrente, constante
enérgico
catastrófico
nessa esfera pungente
um guerreiro
eletrizante.

Senhor de suas tempestades
dos dilúvios em seus pesadelos
dos enredos de guerras particulares
num cartão postal.

Otimizado por devaneios
ainda que viva o declínio
sabe que um dia há em tudo o renovo.

Mas por enquanto
é só uma estátua de sal pensante.

(R.Braga Herculano)

NUMA PAVOROSA ESQUINA

Apodrecido e sem sangue
ainda em vida
escravo da dor,
outrora rei do azul do mar
caído no chão
em qualquer caminho.

A sentir o sal da terra
na ponta da língua não mais afiada
e tem sabor de vida e morte
assim como quando lambe o fio da navalha.

E lá se vai mais um dia.
E lá se vai a vida toda...

(R. Braga Herculano)

Ainda Sem Título

Penso em minha ainda breve vida,
ainda que memória quase cheia.

Algumas verdades se descontinuam
pelo caminho.

Alguns sonhos
vão se desfiando.

Outros vão sendo tecidos
entre nicotina,
cafeína
ou simplesmente o pensamento.

Dispersão no horizonte;
Fim de tarde na sacada;
Não sou mais um eremita: pois lá vem
aquela lua
acobreada e cítrica - ela é minha.





(R.Braga Herculano.)

CHEGADA

cruzo a linha
estrelas me coroam
ergo os braços
beijo o chão

e desapareço.


(R.Braga Herculano)

ENTÃO...

Olhar além,
não ver ninguém:

Olhar além

R.Braga Herculano.

"I'M JUST SITTING HERE WATCHING THE WHEELS GO ROUND AND ROUND..."

Perceber o vento
dissolver as nuvens
é um belo contratempo...

(R.Braga Herculano)

PIER

passa este mar
tudo a ver com os navios
que eu vi

(R.Braga Herculano)

MEU MAL

Com receio ou por zelo,
refaço o novelo,
termino a novela.

(R.Braga Herculano)

INDIREÇÃO

Posso saber que estou chegando quase lá,
quando devo entender que ainda estou quase aqui.

(R.Braga Herculano)

domingo, 20 de maio de 2012

Ainda Sem Título

só vou
depor
contra
quem está
a favor
de por
o sol no abismo


(R.Braga Herculano)

Ainda Sem Título

Around me, mud.
All the time.
In the middle of the world.

Current
constant
catastrophic
painful
electrified-warrior.

Lord of my own storms
Receiving floods in my nightmare

Beyond the scenes
of my little personal-wars
in a postcard.

Optimized
No regard the fall
Everything is back to the egg

For a while,
I'm just a thinking salt statue.


(R.Braga Herculano)

domingo, 22 de abril de 2012

Ainda Sem Título

Numa sintética verdade
inserida
num sonho
caminho
com os que já
desapareceram...

sábado, 21 de abril de 2012

QUANDO VOCÊ ESCREVE COISAS CONFUSAS:

Você está apenas se divertindo com as palavras
Ou você está desesperadamente já sem saber como pensa e ainda pensa para seu desespero,
Ou ainda então você quer ser cult e não é cult, é apenas um confuso.

R.Braga Herculano.

APENAS MAIS UM POEMA NO QUAL NÃO TIVE IDEIA DE POR UM TÍTULO

I (Quase em off em algum sonho perdido, penso)

Já são trevas. Busco o tal
Reflexo das palavras:

Parafraseando Braga: Parafraseando Braga.
Silêncio.

II (De um dia para o outro)

Agora tudo é morte. Agora é tudo vida.
Lá fora eu sou da paz. A guerra me espera.
A Bíblia me decora. O cigarro me devora.
As armas me encaram. As caras me indiferem.

Rua ali. Eu no meio do nada.
Na beira da beira da rua.
Na madrugada sem boca.
A lua esmalta os dentes dos vilões das cidades
inescrupulosamente sorriem
o fim dele é o seu troféu
o seu fim é o troféu do demônio
o fim do demônio...

III (Aquele dia morre)

Acorda estrela teimosa
Estenda a luz para o céu entender que é de manhã já.
O galo já pede por isso.
As lavadeiras do rio, na roça, já pedem por isso.
Os homens de cinza também.
As velhinhas que caminham na praia também.
Só eu que não. foda-se.





R.Braga Herculano.

domingo, 15 de abril de 2012

Ainda Sem Título

Perdeu o pavor de cadáveres,
mas ao mesmo tempo
perdeu o amor pelos vivos.

E assim segue a analisar
minuciosamente o mundo
com uma serra-elétrica na destra
e uma bisturi na canhota.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

Os anjos fumam gente
todos os dias...
Creio que uns trinta maços.

Calculei por alto,
me baseando
com os desaparecimentos
que tenho presenciado...

R.Braga Herculano.

META

Misto à crença na ação do tempo,
vou seguir
sonhando algum futuro
para depois acordar
e trabalhar
para o concretizar deste.
Assim,
passo o tempo esquecido
do ponto final.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

É preciso se apossar da razão,
antes que esta entre em decomposição.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

Quem guardava a minha sombra
que cambaleava ao tropeçar em meus próprios pés
era um 'deustempo',

que apesar de sua espécie,
andava um pouco descompassado,
mas isto não vem ao caso.

Então,
este me viu (que não o via),
jogou saliva em minha vista
e entendi que era ácido,

até mesmo porque
logo depois o vi,
no início da via parado,
via esta que completo ao quase.
E segui rumo ainda
assim como quem não está convencido
de alguma mudança.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

O orador da vida
não tem falado
no capítulo 26.

Prefiro acreditar
que está apenas afônico
e não mudo

R.Braga Herculano.

QUAL HOMO?

Os primeiros homens da Terra matavam pra caralho.
Os homens atuais matam pra caralho.

Pois então,
evoluir consiste apenas
em ficar com o corpo careca
e andar esticado.

R.Braga Herculano.

terça-feira, 10 de abril de 2012

N'OUTRA CAMADA

Numa questão formada pela imagem
O que vejo são os reflexos de teus olhos
refletindo os meus que andam opacos
que andam buscando o longe
escavando a massa plúmbea pelo ar
almejando um banho de estrelas
e tê-las
nos átrios da mente...

Depois

Não mais encarcerado por coisas além
norteio-me e agora trilho
no primeiro brilho que consigo captar
é para lá que devo seguir.

Se certo ou não
a vida é um experimento...


R.Braga Herculano

sexta-feira, 6 de abril de 2012

NA ARTE DE REDUNDAR

Malabarismos...

Os limões
trocam de mãos
que trocam de limões.


R.Braga Herculano.

(Ainda Sem Título)

Vitória
da memória
é esquecer
a escória
e lembrar
a toda hora
o que dá sentido
à trajetória!

(Thiago da Costa)




E ainda por cima
há uma rima
que não finda...

e quando finda
há clima de rima
que prosseguirá
na sua linda estima
de se estender ,

que é para o tudo ver,
que esse mesmo tudo
a se seguir
é o ainda...


com palavras que o tempo nunca lima.


(Rodrigo Braga Herculano)

NÃO-HISTÓRIA MINIMALISTA

Era uma vez que se perdeu.
Portanto, era...

(Aliás: Portanto, era. Sem reticências,por favor!)








R.Braga Herculano.

AÍ EU PERGUNTO:

Por que tem
que por um
"zap" na paz?

R.Braga Herculano.

(Ainda Sem Título)

Se eu te tratar como deusa,
posso me tornar um diabo.

Se eu te encontrar num rascunho
entre meus poemas,
posso me emudecer.

Se eu te ver no espelho,
minha face se evanescerá.

Se eu te ouvir pedindo um pedaço de pão,
vomitarei meu próprio estômago.

Se eu te ver dançar entre as chamas,
minhas cinzas se perderão na lama
e escoarão
até encontrar um abismo pelo esgoto.

Se eu for te dedicar uma canção,
que seja a minha
que está para ser composta;

num amanhã qualquer
além de todas as vertigens e pesadelos
que não me fazem cessar
com o pensamento e a pena.

Mas se eu te dedicar uma canção,
que seja a canção minha
para tua vida
no dia de minha morte
que poderia ser lida
em voz alta como um soneto
de um final não tão feliz

por ser final final
mas ao menos seria
um soneto de um final de paz.


R.Braga Herculano.



(Ainda Sem Título)

Seja feita a nossa vontade
aqui na terra que a gente enterra
nossos irmãos de cada dia
nessa equivocada guerra por motivos vãos
e não necessariamente nossos
banalizados pelo sensacional,

para ser comentado no intervalo do jogo
ou então nos pontos dos ônibus
que fumega na pista a fúria dos passageiros
em cumprir com seus destinos da forma mais vil
num Brasil que sempre insistem em transformar
num coletivo de casos e descasos;

conquistas arranhando os céus
que os braços da massa não podem alcançar...

o que há comigo?

isso nunca foi nenhuma novidade
eu do nada desconheço a cidade
e temo um dos moradores de rua
como quem teme um profeta com uma pseudo-boa-nova;

deitado quase sempre, esplendidamente
sobre um jornal cuja manchete
vibra com assassinatos
e falta de medicamentos.

Gostaria eu de estar isolado
esperando pela vida eterna
ainda assim eu morreria
mas quem sabe atingiria algum nirvana?


R.Braga Herculano

segunda-feira, 26 de março de 2012

ÚLTIMA FORMA (?)

Só mesmo para ter
algo consideravelmente
absurdo para dizer:

Catástrofes pessoais,
eu as criei.
Divindades de plantão,
eu já as resolvi.

Durmam bem.

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

Confie naquilo que te move... se é algum espírito amigo, se é algum deus, se é apenas o seu potencial, ou seja lá como você entenda, foda-se... confie nisso que te move, que te impulsiona a ter vontade de poder sempre e triunfar...

R.Braga Herculano.

Ainda Sem Título

Os estouros ao morrer da tarde
eram dos vidros
das ampulhetas.
Lá tinham estrelas
dissolvidas
que agora perdem a sua luminosidade
e se tornam meras cinzas
a entranhar-se ao chão.
Opacidade total.

Há de se experimentar
o fio da lâmina
que transpira o pesadelo?

E com a língua metida
no aço quente de raiva,
com o tronco gelado de medo,
que se paralisa...

Ao abrir a janela,
o céu negro lhe traga...
Pode-se escutar
uma canção de sete dores.

Anjos vomitam sangue
e vermes abraçam as árvores
e os nossos pés.

Quando tudo há de passar?

R.Braga Herculano

Ainda Sem Título

Não adianta explusar os demônios que se instalam no corpo doente da humanidade que se mata. É preciso "angelizá-los", assim eles perdem a sua força e para isso é preciso dar amor. O amor é coragem, é liberdade para buscar se sentir bem e fazer todos à sua volta se sentirem bem também... Ninguém se tocou que somos as armas mais eficazes, qdo estamos com o coração aberto!

R.Braga Herculano

Ainda Sem Título

Seus propósitos
são como etapas de jogos
com um sadismo
que faz parte das regras
seu domínio
são os demônios sobre cada uma das peças
e é incrível
há quem peça
que seja feita a sua vontade.

E a verdade
é um estabelecido leque com inúmeros tipos de mortes
de acordo
com sua sorte
seus olhos cerram
sob essa valiosa
misericórdia
e agora o que farás tu com esta?

R.Braga Herculano

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

DELUSIONS OF A HEART IN THE THIN AIR IN THE WORLD OF ITS POOR-BITTERSWEET LINES

Disreeling in my pen
something 'bout you

while my soul is feeling so anguished
trying so sure about my failure
for undrown you in my lines

but I'm there too
I'm also swalled for this
for my blue

Searching, silly, a salvation
with tired lungs
and despising the atmosphere...

Unfortunately
I just can breathe you.


(R.Braga Herculano)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CARTA I

Na alternância do êxtase e a dúvida
desenho um futuro possível
baseado naquele momento que passou
ao sentir o sol
de quase duas semanas atrás.

O nosso sol não morreu mais.

Com o coração embebido de paz
tento lhe escrever qualquer coisa
mas no mesmo instante
o seu sorriso me imobiliza,
me emudece;

de alegria, me enrijeço.

Talvez hoje eu seja
a estátua de bronze
mais feliz desse mundo.

(R.Braga Herculano)

A PENSAR, QUANDO CERTA VEZ DISSE JONAS...

Você pode ter amigos com muitas casas...
cabeçear por aí como quem anda...
finalizando a semana que é curta...

Mas sempre cairá no momento
em que o vento espera
alguma coisa no ser da folha.

Você pode ser a casa de muitos amigos
Você pode ser breve como a semana
e curtir com a cara do tempo
como se fosse o seu otimizador

mas momentaneamente
porque o cair é sempre

e os relógios estouram
e os anjos te empinam
feito papagaio
as pousadas de mármore exalam uma música abstrata
e magnética
enquanto foguetes violentam os céus.

E quando vc olha
para suas mãos assenhoradas de vaidade
enrugadas
trêmulas
você se lembra de um semelhante teu dizendo
com os olhos de uma fome imbecil
fome não sei de que:

"Mas sempre cairá no momento
em que o vento espera
alguma coisa no ser da folha"

(R.Braga Herculano)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

CASA PRÓXIMA AO IBIRAPUERA

Eu quero uma casa
próxima ao Ibirapuera

onde eu possa sentir
os remixes urbanos
(e às vezes tentar fugir deles no parque)
do falatório
e dos passos apressados
que os metrônomos não acompanham

e buzinário

onde eu possa sentir
uma leve saudade
de um pé de goiaba

a saudade
é fundamental

onde eu possa ver
que minha força pode ir
além da natureza

ao ver meus semelhantes
dependurados
limpando vidraças,
erguendo torres de babel

é isso...

(R.Braga Herculano)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

NA REALIDADE DE ESTAR

"Por ser o intercalar desta grandeza
à qual todos nós estamos contidos,
independente de nosso estado de espírito.

Vivos para o sol,
a chuva,
as nuvens de betume
e o arco-íris...

Correntezas levam alguns de nós,
ventanias nos trazem de volta;

À realidade de estar
com os dois pés firmes sobre a superfície,
nem sempre dispostos,
mas um tanto que curiosos
com relação ao dia de amanhã...

Seja nos abraços dados
aos nossos semelhantes
que chamamos de irmãos
os nos adeuses
que a morte nos impõe
a dar a alguns deles...

Senhora Vida.
Lembramos de ti em vários instantes.

Quando não,
estamos à sombra do tempo,
que é o lugar onde o "não há é",
onde o "não-ser está".

Janelas abertas, por favor."

(R.Braga Herculano)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PARA O AVESSO DO QUE SOBROU DO HORIZONTE

Esta noite foi retalhada
por lâminas vermelhas e amarelas.

Passam por sombras
fazendo-as sentir a fervura do ar
emaranhado à lama negra do espaço.

Todas as sombras estáticas
sem seus corpos que as projetam em meio a

ventos espiralares que
dissolvem-se
e recompõem-se

a cada choque térmico
causado pelos delírios que se agravam
no avançar das horas.

E essas lâminas vermelhas e amarelas
ferventes,
cortantes
E essas sombras geladas,
opacas,
evanescentes,
apavoradas...

Esta noite foi sufocada
por novos edifícios que proclamam
a superação dos homens;

Agora voltam ao pó
agora são nuvens de terra
agora vão-se aos poucos para os distantes montes
mas param no caminho;

Sucumbem às chuvas
agora tudo é lama
na superfície que cobre
as pálpebras duras
dos pacotes de carne
sem sopros de vida
estes desviados
para o avesso do que sobrou
do horizonte

Assim meio que por acaso...

(R.Braga Herculano)

domingo, 22 de janeiro de 2012

PARASITA

Agora tu vês, eu que me transformei num parasita
roía as paredes intestinais de meu inimigo
dele me alimentava com raiva e me deleitava com seus gemidos de dor.

Incitava seus vômitos para a erupção dos mesmos
como uma poça de decadência, prova de minha mesquinha vitória
desprovido de sentido para tal hostilidade
apenas por ter um inimigo.

Expiava-lhe os pecados através de uma tempestade ao ventre
cataclisma, hemorragia, tortura diarreica
fazia-lhe um espiral humano em vão fugindo de sua dor
mas sua dor era o seu próprio corpo
e como um porco a ser abatido, pedia a Deus para não se ir
não sei porquê.

Como um pobre farrapo de carne debatendo-se decrepitadamente
eu mergulhava nas suas imundícies internas ciente e sentindo prazer no seu fim
ainda desprovido de sentido para tal hostilidade
apenas por ter um inimigo.

(R.Braga Herculano)

PARA O DIA DE AMANHÃ

"Agora
pode ser a hora de dizer talvez,
se você procurar entender
que no momento o que há de melhor
é deixar todas as respostas,
ou embriões de respostas para
os entretantos intrigantes da vida vagarem por aí.

Isso não foi nada.
Apenas um conjunto de palavras.
Mas o mundo não tem sido
um conjunto de indivíduos?

Está tudo sob medida,
tudo sob controle.

Eu governo pelo menos minhas linhas,
deixo uma cama-de-gato
em vez de testemunho.

Ou então um cabo-de-guerra
amarrado no poste
em vez de testamento.

Para o dia de amanhã."

(R. Braga Herculano)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

RETROVISORES NÃO ENTENDEM

"Retrovisores não entendem
que as casas
estão correndo de seus reflexos mortas
e suas portas
descrevem o limite
do mundo de dentro
de gente
que espera viver
o resto dos seus dias
contra
a velocidade do tempo
tentando em vão se desviar
dos tragos do destino
mas que
com a mente diluída
em uma nuvem qualquer
vão se deixando levar
para um espaço
de incertezas eternas
daquelas que geram
fantasias vis,
porém doces...
de certa forma."

(R.Braga Herculano)

SERÁ QUE ALGUÉM SE REERGUERÁ ANTES DO SOL?

"O ponto de interrogação não acredita que será exterminado. Não acredita. Tão estúpido. Será exterminado. Se não já foi. Já foi? Ah, não."

:
Será que alguém se reerguerá antes do sol?
E enquanto à loucura da noite, que dizer sobre seu ácido sabor
(quase cítrico)
mas que corroi o estômago dos que seguem se esquecendo dos porquês de se estar vivo em tudo aqui?

E a polifonia urbana?
E a letargia coletiva?
E os absurdos celetistas?
E a esperança acadêmica?

Tudo vai crescendo e morrendo... desamarrando o nylon que suspende a lua.
ou o sol
ou os braços dos cicerones das árvores
na beira da calçada
e mais nada
mais nada
mais nada
mais nada
mais nada
mais nada
mais nada.

Isso.



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(...)

No coração dos mansos
a vida releva
seus sonhos tão lineares...

Que assim seja.

(Rodrigo Braga Herculano)