terça-feira, 30 de outubro de 2007

BIOSFERA

Éteres e pólvoras compõem a atmosfera.
Éteres e pólvoras compõem a atmosfera?
Éteres e pólvoras compõem a atmosfera!
Camada de vícios,
desmaios,
transes,
mortes,
guerras,
medos e dizem
que é a vida da esfera.
Sangue,
projéteis,
ossos,
terra,
terra
e mais terra.
Seria essa a biosfera?
Tanques,
vômitos,
gritos,
cogumelos,
átomos,
átonos
os outros reclamam pra ninguém
os outros já clamam pra ninguém
os outros se misturam com ninguém.
Camada de vícios,
desmaios,
transes,
mortes,
guerras,
medos
e dizem
que é a vida da esfera.
Sangue,
projéteis,
ossos,
terra,
terra
e mais terra.
Seria essa a biosfera?



R.Braga Herculano.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

ÊXTASE 2

êxtase


liberdade


pensamentos


verdades,


sabores,


poemas...







e o sopro do vento sempre.
soprando pra vida girar seus cataventos.
é a alegria de se mover
é a alegria de fazer
canção com tudo isso
é a alegria de rolar nas estrofes
alegria sim.


R.Braga Herculano

06/2002

Azul-petróleo é a cor do firmamento hoje. É que ele quase que de costume se veste do turvo da plúmbea cidade. Mas que diferença faz. Ela ficou presa na aurora e no marinho quase negro. Multicolorido ou não o céu a roubou de mim. "
R.BragaHerculano.


(Obs: Apenas o céu desse texto não é fictício)

ALAS

Se eu disser que vôo,
poderia me chamar de louco.
Mas o chão me joga pro alto,
ele não quer mais sentir meus pés.
E acho que sou morcego em vez de ser águia.
Porque vivo tão melhor acordado às noites.
Mas estou me sentindo bem.

R.Braga Herculano.

COMPARTILHAR

Quando se compartilha até mesmo as sensações de um "eu", o mundo é mais a gente e a gente é mais o mundo.


R.Braga Herculano.

LÚCIA

Vida mais ou menos
vida difícilvida minha.
Ela falando sozinha
lavando a roupa
lavando a louça
fazendo almoço
varrendo a cozinha.
Ela não se maquia,
não se penteia
mas é bonita.
Ela não tem amor,
não tem dinheiro
mas é bonita.
Ela não tem amor, acredita?
Quase iletrada
é poesia por acaso
Apenas ouviu falar de filosofia
mas é dona do pouco que sabe
e disso
ela não sabia.
Anda linda tão descalça
ciscando num canto ao outro do chão vermelho
feliz aquela simples casa
pois se a tem não é preciso de mais nada.
No tanque ou no riacho logo ali ela corta o silêncio
dividindo com o sanhaço da laranjeira uma toada
E não pensa mais em nada
ela não sabe mais no que pensar.
Ela ri sozinha
chupa laranjas
corta cana
assobia e ri de novo sozinha.
Ela pega a faca e corta a cana
e corta o dedo
e chora
e xinga
e reclama
o dedo sara ela volta a cortar,
a colher,
a fazer o afazer
e canta,
chora,
cisca,
corre,
não ama
e reclama:
"Vida mais ou menos
vida difícil
vida minha..."

R.Braga Herculano.

10-agosto-2004.

KLAXON RHODES

" A poesia é a sirene que não se cala pro amanhã.
Ecoooa, ecoooa, ecooa....
Até o tempo virar e o sol dar as caras outra vez.

Segunda estrofe_








"


R.Braga Herculano.

ALVORADA

Hoje eu acordei vendo flash de sete céus,
céus esses cada um com sua matiz,
um degradé transcedente.
E remixes de pássaros e buzinas de automóveis.
Estrobo. Dia e noite.
O mundo intercala jardins e selvas cinzas.


R.Braga Herculano.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

OHNE SONNENSCHEIN

A janela aberta e a tarde pavorosa e gelada
o céu está mais cinza que o retrato dela.
O gramofone toca para as paredes
e Florbela está entreaberta em suas mãos por quê?
Você dorme feito um anjo distraído
você dorme feito uma pedra
você dorme feito um cadáver
ou como se estivesse longe daqui.
Será que você foi pra longe daqui?
As cortinas rasgadas
e a morbidez do olhar azul do siamês?
A agulha já no selo da Deutsche Grammophone
fazendo aquele ruído
de deixar os nervos nas pontas dos dentes.
E você dorme feito um anjo distraído
e você dorme feito uma pedra
e você dorme feito um cadáver
ou como se estivesse longe daqui.
Será que você foi pra longe daqui?

(E quando a noite caiu o siamês se atirou da janela,
ele se atraiu por um anjo drogado feito macaco num pinheiro.)

R.Braga Herculano.

ALLAN DRUNK TOO MUCH UNITLL DIE

Nas escadarias do paraíso
as velhas e famosas escadarias do paraíso
eu passei por baixo.
fito meus olhos para os infortunados
que escorregaram dos degraus
que quebraram seu ossos como são quebradas pontas de lápis
meu urro é o som do vômito dos meus desafetos
é o pigarro entre as condolências
é a falha do assobio da música da morte -
Álvares de Azevedo, pobre gênio que lamentou a falta de amor
não sabendo ele que o desamor foi sua mais fiel amante
eu que amo tanta gente
fui desejado por ela também-
Quem ouviu Closer
pode ter se atirado da janela
e caído em meus braços.
Te embalo,
embalo,
embalo,
acalanto-lhe a alma.
Agora dorme aqui mesmo no chão.

R.Braga Herculano.

A MADRUGADA, LAETITIA E EU

Madrugada estranha essa
quente e corrente
como o sangue que se derrama no chão
de quem acaba de morrer.
Eu estou tão vivo quanto uma pedra de gelo
eu estou tão dançante quanto um perdiz empalhado.
Eu sonho um sonho nunca antes sonhado
quando fui ver era vida- estranho!
Ela logo, tão em silêncio.
Como é amarga a solidão de alguém que vive a mais formal reclusão
os sentimentos são uma areia moverdiça...
As sombras que invadem meu pensamento
Rechaçam o velho encanto, tão solitário e triste
Que maquilava a verdade(Dura como pedra)
Em seu rosto belo e formoso.
Esqueça os meus sonhos
Eles se transformaram em minha perdição
Nessa madrugada quente e corrente
Onde os grilhões me prendem às lembranças
E amarram-me ao fracasso
Disfarce ao menos um sorriso
E não me olhe tão feroz
Guarde essa fera que existe em ti
Para ti mesma.
Por que cultivar essa loucura
Se o que você queria (era)
A vida normal de um mundo feliz?
A vida que tens é esta
obscura e delirante
carcereira de seus sonhos
e desejosa porta que abre pros seus medos você -
tão doce e pura - converteu-se
em minha salina
dilacerando meu peito
fazendo ruínas dos castelos que edifiquei em seu olhos
transformando o amor-alarde em um ódio silencioso.
Então vá e feche teus olhos
adormeça nessa noite eterna
Que vou jogar a pá de cal em nossos momentos.

(Raphael Lambach/R.Braga Herculano)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

QUANTO AO FUTURO...

...o futuro
é o fundo de uma ampulheta
cheio de areia.
é o calendário riscado
até 31/12
na lata do lixo
são os bichos na carne da hiena morta
ou o limo do tempo
que antes havia lhe dito
ou o oxidar do conversível
se ficar no tempo.
a bateria do relógio pifa
o ponteiro não anda mais
é quando nomes vão ficar
nos livros de História
fatos viram imagens
arquivadas e locadas
vistas como filme pros que vão ainda chegar.
os jardins têm flores novas
nem vestígios das antigas
o mundo é uma troca
o futuro não tem sentido pra quem está aqui há tempos.
o futuro
é o fundo de uma ampulheta
cheia de areia
é o liso formados nos pneus
é o balanço da praça vazio
a criança morre pra nascer o adulto.
é a terra que vira lama que seca e volta a ser terra.
isso é o que me anima.
R.Braga Herculano.
Copyright(C)2007, R.Braga Herculano

POEMAS

Palavras tortas em linhas certas
divinas,
errantes,
seriam nossos olhos?
Aos nossos olhos:Poemas
poemas
poemas.
Esse faz um simples conjunto de letras algo
metafísico
lisérgico
litúrgico
letárgico
trágico
lógico
lírico
único
nem tão único
mais pra homogêneo.
Vamos assim dizer das palavras
vamos assim ver delas
poemas
poemas
poemas.
Desses eu gosto pois só nesse há a panela que ferve sensações
e fundem-se
se tornam um organismo vivo.
Ou uma coisa surreal
que passa a ser real.

R.Braga Herculano.

O CORTEJO

O chão hoje é lama e limo
vestígios da última tempestade
cercados com fungos nas casas caindo
arames farpados já não ferem mais.
Talvez distraído ou então desligado
há um fundo de transe na minha paralisia
eu morri por dois segundos várias vezes neste ano
meus adeuses já não comovem mais ninguém.
Minha voz é tão normal quanto a de meus irmãos
mas meu desepero é um estridente que trinca até os ossos
posso cantá-lo quando o cortejo passarem frente
ao meu portão?
As flores de ontem estão só na sépia
da fotografia
nunca mais verei o amarelo triste e luminoso
dos cravos do jardim da minha outra casa.
Carros passam com pessoas e árvores
as pessoas parecem árvores
as folhas que lhe caem são prantos secos
prantos já costumeiros.
E lá se foi o outono da vida
com o cortejo
e com a própria vida
Outono com cara de inverno-
só que com tempestades.
E meu desepero é um estridente que trinca até os ossos
posso cantá-lo quando o cortejo passar em frente
ao meu portão?

R.Braga Herculano.

AS ROSAS

Minha alma canta dolorida
ferida no peito com rosas ingratas espinhadas de seu desdém
.será que ela não mais vem
por que será que ela me deixou pra trás?
A morte é um divórcio forçado,
mas nem a lei dos homens e dos anjos farão certidões
de nossa separação ou óbito
eu vou fugir desse mundo contigo.
Sua carne gelada parece serena
talvez ela esteja apenas dormindo
hei de lhe compartilhar a noite
noite que não mais terminará.
Hei de compartilhar com luz de velas
velas que cessarão com o sol indiferente
estamos indo pra longe
e que se dane o mundo.
As rosas ingratas adornam o nosso leito
antes feriam meu peito
hoje nem tão ingratas são mais,
agora penso
serenas nos acompanham
até murcharem no fim da parafina das velas.
[Choro de crianaça bem longe, alguém nasce
pêsames, vc vai amar e sentir dores.
Bem vindo bem breve,
que logo hei de ir com quem amo
serei livre e feliz!]
E as rosas ingratas adornam o nosso leito
hoje nem tão ingratas assim...


R.Braga Herculano.

Entre os atentados terroristas
manifestos de comunistas e sem-terras  Entre quem bebe skol e quem bebe brahma
Quem usa Nike, quem usa Adidas
Quem ouve The Clash e quem ouve The Smiths
Entre quem lê Paulo Coelho, e Clarice Lispector
Entre quem anda de táxi e perdeu as solas dos sapatos na Presidente Vargas à procura de emprego
Entre atletas anabolizados
e tísicos que sofrem com o café frio servido de madrugada.
Entre o presidente, o papa, o diabo, a Virgem Maria, o Sgt. Pepper's e o Nacional Kid.
Entre Santos Dumont e Ian Curtis
Turner, Miró e um tio meu.
Entre Yoko Ono e Hitler
Entre você e outra sua pessoa.
Eu fico indiferente, sem poesia, vomitando letras, letras e letras...
transpirando a tal palavra "mundo"
e a tal palavra "gente"
Eu queria a tal palavra "adeus"

Mas o meu eu-lírico
a matou com tiros de reticencias
...

R.Braga Herculano.

ÊXTASE

A festa começou, começou também a noite.
O que acabou foi aquela sensação amarga e dolorosa de sempre.
As luzes são coloridas
têm mais cores que o sol
têm mais brilhos que todos os sóis
que nasceram pra mim desde que cheguei aqui.
O som está alto.É mais forte do que a paz
É mais forte do que mais
possa se ouvir em som tempestades,
correntezas,
e não dá medo.
MasTudo passa.
O veneno acabou
e agora? R.Braga.

A MADRUGADA

A Madrugada é o Subconsciente de Deus. Nela se oculta o (sur)real das artes perfeitas que são a natureza, os mistérios e tempestades e o Universo como um todo ele é.

R.Braga Herculano.

O DIA DE HOJE

O dia hoje parece ser lindo,e se não parecesse... Meus olhos não podem mudar o tempo, mas ele pode fazer algo simplesmente mágico, sem se iludir ele pode ver tudo muito mais agradável. Pois todo mundo nasce sabendo que nada é desprovido de beleza, de bondade... Apenas meus olhos procuram não se esquecer disso.


R.Braga Herculano.

NIGHTMARE (Trecho)

Like a birds out the sanatorium, the children in my street are joking in front of the gate of my home. I am into it. Thinking as a lost mad poetrier writting my spleen so sadly. Life should change"R.Braga.


Trecho de "Nightmare",14 de junho de 2005.

INDEPENDÊNCIA

nós fomos presos
agora vamos lutar
estamos livres
agora vamos morrer.


R.Braga Herculano.

AGRIDOCE

Dura, agridoce, a vida sempre tem bons e maus momentos. Mas não vou me entregar para me esfarelar no meio do nada não.Aqui é o campo de guerra. Vou ter de guerrear. Tenho armas, palavras e atitudes. Sou de paz, mas pra conseguir vencer, terei de guerrear.Esperança nunca se finda. Se tem fim, não é esperança.Devo dizer que sou alguém comum, tão igual a todos, ora... Ora quebro conceitos, ora me calo.Solitário? Graças a Deus nem sempre.Injustamente o destino, eterno zombador, me roubou e ainda riu de mim. Mas não importa. Quem rirá dele um dia serei eu.Agora é o dia, minha vida, tudo se resume a agora. Pois subitamente o mundo pode parar antes de mim e vice-versa.E lá se vai mais um de tantos sóis.Vou ficar por aqui. Ficar? Como assim?Gente demais eu vejo por todo canto.Parecem desolados, como eu era há algum tempo, agora pouco.De onde vem? A quem pertence essa gente?Agora é o meu tempo, que farei?Devo fazer algo. Sonhar o futuro, agir o bastante? Ou viver olhando pra trás?Vou ficar por aqui. Ficar? Como assim?Realmente o ontem e o hoje fazem uma enorme diferença. A vida é uma viagem, uma ciranda pot-pourrizada de oscilações, no qual todos que participam dela cantam, choram, brincam, dançam, rodam. A vida é retrógrada e progressiva, É bela e amarga. A vida é antônima. Somos sapiens sapiens, mas ao mesmo tempo, irracionalmente leigos. Não conhecemos os mistérios. O que importa são os mistérios e ninguém aqui na Terra os conhece. Estranho. É morrendo que se vive para a vida eterna. Parece paradoxal, mas é verdade. A vida é o que afinal?

Bem, eu já não estou mais nem aí para nada. Posso até gostar de hoje pois é o único dia que tenho. Se ficar na mesma, corro o risco de sempre ser esse mesmo aqui. Se me aprofundar, me afogo, fico louco, aí é pior. Mas nada como um dia após o outro. Para estar certo disso, é necessário viver cada dia sem ter a paranóia do tempo na mente.Reergue então um novo sol, um novo dia é estendido. Sou o mesmo, mas sei de muito mais coisas do que ontem. E não chego nem aos pés de um possível eu de amanhã, que certamente terá muito mais o que rir e chorar, que lutar, que vencer, que se sentir perdedor,que aprender, que obterá novas cicatrizes e ainda assim vai conseguir dizer sempre que sempre foi e é feliz, porque Deus é Maravilhoso. Um novo mundo me espera nesse mesmo aqui. Um novo homem eu sou sem mudar a minha identidade, pois a cada dia que passa eu morro e nasço, me torno alguém diferente em mim, embora a minha marca persiste em ficar. E aminha marca fica. Ainda bem.Posso até me sentir triste, mas a infelicidade não é a minha dona. Eu não tenho donos. Os filhos de Deus são livres. Livres para amar tudo aquilo que de bom para nós. Eu penso assim.

R.Braga Herculano.

ARMSTRONGS, MUNDOS E LUAS

(P/ Neil e Louis, dois gênios.Para a humanidade, seus pequenos passos, suas pequenas dimensões e seus grandes sonhos)
Os homens tentam conquistas dando passos errantes dentro e fora da Terra, querem tomar posse daquilo que não levarão futuramente e se estão fora de si, como é que vão comportar o universo em suas teses mais-que-mortais?Armstrong, What a wonderful world that we live!Louis, Neil, a música um dia acaba, a noite um dia chega, as estrelas também se dissolvem, mas por enquanto I see trees of green, red roses too e acho que sou um homem pequeno, de passos pequenos mas que tento o possível para que a humanidade ou pelo menos quem vive à minha volta cresça com a minha simples pessoa. Sem falar que busco crescer todos os dias e busco aprender com todos.N I Think to myself, what a wonderful world.
R.Braga Herculano.

Copyright(c)2006.

TURVO (Resposta para a minha pergunta "Where Is The Immaginary Sun?)

"Porque a claridade não mais me convéma alvorada com todo o vigor, ainda assim se mostra taciturna.Não basta a natureza, o que há em nós é o tempero do ambientese estivermos felizes, teremos gosto em ver a vida.Mas esqueça, eu não consigo imaginar o sol que as pessoas conseguem imaginare que não sabem que imaginam."
R.Braga Herculano.

O Desconhecido

O desconhecido
o it
o x
o y
a sombra
o enigma
o inexplicável que atrai
o inexplicável
que assusta
o inexplicável
que é contestado
o inexplicável
que é imaginação
inexplicáve
ldesconhecido
a imagem do pensador inerte
é a semelhança de vós seres leigos
sofistas
curiosos
simplesmente
seres leigos
donos de ciência que falirão
quando criam outra nova ciência
donos da descrença vã
e está é quebrada pela crença infundada.
donos de conceitos sem raízes
plantados sobre o solo do saber
que não tem fimou esse que é a raiz
que finda lá na fronteira do Universo
estranho para nós
mortais
que ainda não descobriram o desconhecido
ou que não sabem da existência do desconhecido
pois sem a descoberta do desconhecido,
fica tudo tão...não sei.
(R.Braga e Lukaz C.)