segunda-feira, 26 de março de 2012

Ainda Sem Título

Os estouros ao morrer da tarde
eram dos vidros
das ampulhetas.
Lá tinham estrelas
dissolvidas
que agora perdem a sua luminosidade
e se tornam meras cinzas
a entranhar-se ao chão.
Opacidade total.

Há de se experimentar
o fio da lâmina
que transpira o pesadelo?

E com a língua metida
no aço quente de raiva,
com o tronco gelado de medo,
que se paralisa...

Ao abrir a janela,
o céu negro lhe traga...
Pode-se escutar
uma canção de sete dores.

Anjos vomitam sangue
e vermes abraçam as árvores
e os nossos pés.

Quando tudo há de passar?

R.Braga Herculano

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