segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A RASURA

Me escondi numa desmentira forçada
depois que surgi numa folha em branco
me empautei
trinta e duas vezes comportando
engarranchadas frases avulsas.

Me perdi
no vácuo das letras
que perturba a sempre plenitude das entrelinhas;

tentando buscar o que parece
a (in)essência de um possível ponto final.

Preciso aprontar-me
definir-me.

E tudo vai parecendo abstrato
quando você anda distraído
é preciso olhar a vida com olhos de trem-bala.

E eu ainda inescrito
me perdi por procurar ser
um alguém além de um ser
ou ser a palavra além da palavra eu
se eu sou só rasura...

(R.Braga Herculano)

Nenhum comentário: