domingo, 10 de fevereiro de 2008

UMA VISCERAL

Ozônio, ovo, veneno, mar vermelho.
A placenta do mundo se rompe todos os dias
E estamos imersos
submersos
à deriva
em úteros
em tripas e alma
eu sou verme.
Sim, eu sou uma verme
Um verme contorcente
ofegante
e respirando acidez do ar
nesse oco do estômago
faminto
ruidoso
da mendiga pátria mãe gentil.
A pátria me pariu sim
mas como uma puta acostumada
com cara lavada de aloés
com cara lavada de quem vive pra isso.
Ela me deu o seu ar (i)lírico
etílico
reumático.
Envelheço porque vivo.
Eu morro porque vivo,
pois a imortalidade é dom dos que não nascem.

R.Braga Herculano.

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