quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

TEMPORAL DE PARALELAS E VERTIGENS

Uma rede é tecida de luz e dor

Junto ao sal e a ferida.

Sufocando os cirros que vão para o além

Até se estender pela de terra de fendas gritantes

Qual germina a vida em um ser

Que um dia há de morrer.

Aços e raios se ligam no ar

Cabos de força e segurança se rompem

Enquanto as cortinas se rasgam.

Quando estaremos perto do dia certo?

E o giro contínuo e analógico

Entende o tempo vanishear como mesclas brumosas

No horizonte.

O tempo,

um punhado de cupins e falenas medrosas.

As pessoas vão-se embora por que?

Os fetos envasados poderiam ser mártires e bons líderes

E distraído eu só me ponho a perguntar:

Quando estaremos perto do dia certo?

Pessoas dançam, dançam, dançam com o rádio:

Perderam o controle.

Zumbis dançam, dançam, dançam nos bailes, raves e blocos:

Perderam o controle.

As mesclas brumosas se dissiparam no horizonte

A fissura no ovo da ampulheta fez vazar toda a clara e a gema.

Tempo esgotado:

Ninguém mais há de chegar aqui

Pelo menos hoje.

E quando estaremos perto do dia certo?

R.Braga Herculano.

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