domingo, 10 de fevereiro de 2008

A ATRIZ

Ela se maquiou
representou
sonhou um sonho lindo por outrem
que não era nem ninguém que vivia.
E chorava também
por amor
pelo desdém
mas que mesmo assim ainda amava
e sonhava
sobre o palco
sob as luzes desse sol de mentira.
Dessas gelatinas coloridas.
Estava lúcida
tão fingida
deu sua vida pra outra vida
enfim, trabalho.
Aplaudida, aplaudida, aplaudida!
Fim de todos os atos
platéia comovida
Saiu pela coxia
De olhos ainda inchados e missão cumprida
Missão de sempre
De todos os dias.
No camarim
tirou pintura
roupa
tomou banho
(Re-) Arrumou-se e saiu indiferente.
Voltou pra casa
olhou a Central
e cruzou com um amigo
tão formal
deu um boa noite sorridente
e seguiu.

R.Braga Herculano.

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