quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ainda sem título

deixando-lhe fugir
os mais coloridos pássaros
ao abrir o peito.

sonhando com os olhos
colados nas estrelas.

virando
a cabeça para o lado mais
brilhante
do horizonte.

escalando
as montanhas
que sua fé outrora não tentou escalar.

demolindo
os castelos
assombrosos
de seu imaginário.

pisando sobre a areia
que seu mar de sentimentos
há de cobrir às vezes

sentir
o dissolver das nuvens
agora um tanto acobreadas

olho para cima
deparo-me
com um batalhão de almas plásticas
as mesmas
a me perturbar
nos intercalares de sonhos e pesadelos

suas marchas
suas danças
surrealisticamente

e o céu vai ficando
profundo
profundo
profundo
profundo
profundo...

(R.Braga Herculano)

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