terça-feira, 24 de maio de 2011

ainda sem título

mais um poema que jaz
escrito por ser escrito, dando seu sinal de texto morto.
escrito por ser escrito por ser escrito por estar louco
de uma vontade imbecil de pulsar.

o pulsar sem sangue nesta via chega a ser cômico de tão desgraçado que é
invento uma desgraça qualquer
para ter o que fazer engordar cada linha aqui.

o pulsar sem sangue nesta via
sob céu rasgado
sob rodas de ônibus estufados
sob rodas de caminhões cambaleantes
camaleões automobilísticos
tinta, poeira, a falsa matiz dos vapores de sódio na noite...

corpos voando
corpos caindo
corpos equilibrando-se
num equilibrio sem significado.

o vento é o hit das árvores
o zunido do vento é o hit das árvores
surdas
mudas
dançantes
alegres
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam
vegetam...

Um comentário:

Jonas Vobiscum disse...

Você consegue trazer beleza mesmo à condições tristes...e torna-se um processo tão natural assim talvez como o nascer e morrer de uma árvore. Parabéns.