terça-feira, 24 de maio de 2011

(Ainda sem título)

tempo esfarelante...
há tempestade...
e os urros janela afora...

e

os nós dos meus sapatos atravessaram meus olhos
os nos dos meus sapatos amarraram meus olhos
os nós dos meus sapatos subiram e escorreram-se por meus dedos
os nós dos meus sapatos estragularam quaisquer ameaças de lirismo vindas de mim
os nós dos meus sapatos dividiram meu horizonte:

a minha cara está no chão
o chão é meu espelho cego
e eu apenas preciso olhar profundamente para o meu avesso.


R.Braga Herculano.

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