as rodas giram inconscientemente.
O sol rende a lua
e vice-versa.
O auto-rádio só chia
sua antena não capta nem sonho nem pesadelo
e nem mensagens dos que já se foram.
As rodas giram insconscientemente.
Os pés, nem tanto.
Apesar de fazerem apenas o que a mente ordena
enquanto o coração os tenta.
Os pés e os pedais são como a rêmora e o tubarão.
E a poeira e a estrela tentam alimentar a alma.
Na mente, tantos espaços vagos
outros campos abarrotados.
As montanhas estão sempre serenas
na tempestade ou não
e isso me mata de raiva.
(R.Braga Herculano)
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