Chove fino, vespertino e grosso ar plúmbeo
eu vejo a velha casa coberta de limo
à sua volta, tapetes secos de folhas sem-graça
É o quintal por varrer.
Alma penada, perdida
é um velho branco quase trasparente, quase azul, cesiano.
Alma penada
pesada
mente
pesadamente viva.
Decadências
cadeados
e pianos com teclados frouxos
seus dentes são de um dessorriso.
Soprando palavras e estendendo a mão
os trincos podres se estalam e retalham por frieza
o teto e o chão.
Estilhaços de amianto
assim me parece o seu futuro.
Pegue minha mão e venha
fugir da decrepitude
tome essa atitude
não se misture aos barbitúricos
não se entregue em vão aos atos cirúrgicos
não tente agora ser litúrgico, a morte é o fim da missa.
Apresse
a prece.
R.Braga Herculano.
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